quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz novo ano, tão feliz como os anteriores

Eis que chega o último dia do ano.
O ano em que, mais uma vez, fomos postos à prova e ultrapassámos milhares de desafios. 
Mas deixem-me que vos diga. Todos os dias foram para mim uma nova oportunidade de renovação, de mudança e crescimento. Todos os dias procurei resolver o que estava por resolver, dizer o que tinha deixado por dizer, chegar um bocadinho mais longe. 
E foi disso que o ano de 2014 foi feito. De grandes oportunidades, que fiz questão de aproveitar. 
Hoje, celebro tudo isso. Todos os suspiros que pude largar depois de tantos esforços e de tantas vezes ter deixado algo para trás. Somos feitos da nossa própria força e coragem. Somos feitos da capacidade de tomar decisões. E às vezes, deixar seguir, é uma das mais importantes, por mais dolorosa que seja.
Este ano, dei o melhor de mim a algumas pessoas próximas. Porque sim. Porque tinha de ser e porque se estamos neste mundo por alguma razão, é para os outros.
Se foi fácil tomar essas decisões? O não já é habitual, nunca é fácil. Mas é preciso. E é preciso encontrarmos nas decisões que tomamos um consolo e uma grande lufada de ar. Porque sabemos que somos muito mais felizes quando damos um bocadinho de nós, para fazer uma grande diferença na vida dos outros. E só assim é que faz sentido. 
E espero que o novo ano traga para todos, o dobro daquilo que 2014 trouxe para mim. 
Fui muito feliz, e vou continuar a procurar essa mesma felicidade, todos os dias, todos os anos. 
Ao fim de contas, somo nós que a construímos. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

E a cabeça não pára

Não pára mesmo. Estava eu na minha interminável tarefa de secar o cabelo (e eu a jurar que o alisamento me ia dar menos trabalho!) e a minha cabeça a debater-se com dezenas de assuntos que vão fazendo os meus dias. (Sim, a minha cabeça está sempre a dois mil à hora, enquanto executo variadíssimas tarefas!) E um deles, o mais próximo, o mais urgente, o que mais me assusta: o próximo estágio.
Estágio. Serve para tanta tanta coisa, nomeadamente sair da zona de conforto, aprender com outras pessoas (doentes, na grande parte das vezes), chegar a casa exausta dos turnos, trabalhar até ficar com os olhos cansados. Faz parte claro. O que não faz parte é aquela inquietação constante, aquele ratinho no estômago por tantas dúvidas que me assolam, especialmente nesta fase do campeonato em que já passei por tanto, mas nunca nada como aquilo que está para vir. Psiquiatria. Só a palavra mete algum respeito. O próximo estágio é o de Psiquiatria e eu sem saber se este meu medo é pelo desconhecido ou pelo estreito sentimento de eu-também-sou-louca. É tão verdadeiramente sentido por mim aquele ténue e estreito limiar que separa a loucura da sanidade, que dói. E sei que tudo isto serão desafios mais que superados daqui a dois meses e que estas dúvidas não passarão de memórias. Mas até lá, vou debater-me muito mais, para além das aprendizagem, e vou questionar-me vezes e vezes sem conta porque é que o nosso cérebro brinca connosco desta maneira, e porque carga de água é que muito daquilo que todos nós fazemos e dizemos no dia-a-dia não nos leva a estar entre quatro paredes, fechados. 
Se há alguma etapa que me há-de fazer pensar muito (muito mais) será esta. Daqui a umas semanas volto a dar noticias acerca da temática. Se não tiver sucumbido.
Hasta.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Challenge

Elevam-se novas prioridades, determinam-se novos objectivos, deixam-se de parte outros projectos menos apetecíveis e começa-se uma nova fase. É bom, começar de novo. Uma lufada de ar fresco por começar finalmente a dar algum rumo aos meus objectivos pessoais, há tanto tempo pendurados pela exigência do meu curso. Mas percebi, ainda a tempo, que com muito esforço tudo se consegue, e devagar vou conciliando vários sonhos ao mesmo tempo, sem deixar nenhum em stand by. É o que me faz sentir mais viva, mais activa, mais perto de novas metas. E sabe tão, mas tão bem.


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

De volta

Graças a Deus, há sempre pilares que subsistem e nos sustêm, neste palco movediço. É só uma frase, simples, mas que acarreta um mundo de significados.
Juro que pensei que, na minha ingenuidade, todo o negativismo já se tinha ido refastelar para bem longe de mim. Foi um verão tranquilo, não tanto quanto o esperado, mas a malta vai-se aguentando. Fazemos um esforço acrescido para não nos deixarmos abater e olharmos apenas para a parte boa. Mas se calhar aquilo que fiz foi mesmo fechar os olhos ao que não estava bem, para ter um bocadinho de paz. Foi um optimismo egoísta. Foi desejar muito um momento de tranquilidade, num coração em guerra. Nunca baixei os braços, não faz parte de mim e dá-me comichão, ver alguém fazê-lo. Mas há limites. Há limites que nos levam a questionar, sabe-se lá quem, a implorar sabe-se lá porquê. Se estamos cá, firmes e hirtos, para o que der e vier, e se somos testados dia após dia, nesta nossa insignificância, será que também não há um dia em que chega tudo a um limite plausível e, simplesmente, acaba? É só porque nós próprios (eu própria) também temos limites. Limites de razoabilidade e sanidade. Não dá para continuar a esticar a corda a ver se esgaça. Porque esgaça. E rompe. E a partir daí é mais difícil continuar. Cá nos arranjamos, mas não é de todo aquilo que mais anseio para agora.
O que anseio, neste momento, são os meus pilares. E com uma força descomunal... porque pensei que era, mas não sou de ferro. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Mais um

Pausa. Segundo ano da licenciatura feito. Um ano que passou, não rápido, nem a voar. Mais tipo: num-piscar-de-olhos. Um ano de muitas surpresas, muitos degraus e muito cansaço. Óbvio. É de louvar ter chegado viva às férias. É de louvar o esforço, a média, os sucessos. É muito, este orgulho próprio. Se calhar maior ainda por não se estender àqueles de quem esperamos mais. E aí o reverso da medalha é doloroso. Estar à espera. Como diz o outro, não vale a pena esperar, porque o aqui e agora é que são tudo. Mais vale acreditarmos em nós próprios e nas nossas capacidades, lutarmos até não termos fôlego, e conseguirmos atingir tudo. Sermos e fazermos o que queremos, por nós, pelo nosso ego, pelo nosso orgulho, pela vida e pessoa que queremos ser. E não ficar à espera daquela palmadinha nas costas, do estilo, parabéns, estou mesmo orgulhoso de ti. Mas é de morder o lábio, de remoer as entranhas. Estamos sempre à espera. E quem diz que não precisa disso, está a mentir. Ou então nunca soube realmente o que é ter alguém orgulhoso pelo que fez. 
Mas eu estou. Orgulhosa do meu trabalho, da minha dedicação àquilo que mais gosto de fazer e estudar. Um dia sei que vou estar onde sempre quis, não pelas palmadinhas nas costas nem pelo apoio incondicional, mas sim pelo meu trabalho. Por ambição. E nessa altura hei-de ser um bocadinho mais fria do que sou hoje. Mas sempre orgulhosa.
Play. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Adenda

Uma das minhas razões de ser, és tu. De ser e estar, sonhar e concretizar. Acordo e deito-me a agradecer a vida que tenho, grande em parte por tudo aquilo que me proporcionas, por tudo aquilo que me fazes sentir. E se a vida, esta curta viagem, não é para ser feita individualmente, então é mesmo contigo que eu quero viajar

Razões

Já é certo e sabido que tudo acontece por alguma razão. Porque sim. Porque tem de ser. Porque nada é ao acaso. E nestes singelos momentos que tenho vivido, tenho constatado isso mesmo. Não é de hoje, nem de ontem. É de há alguns anos. E a malta vai aprendendo que o caminho se faz a andar. E, sabe Deus porquê, vamo-nos cruzando com certas pessoas que nos fazem chegar um bocadinho mais longe. Vêm parar à nossa vida, assim de repente e dão-nos razão para muita coisa. Fazem-nos esquecer o que nos magoa, são a base do nosso sucesso, estão no backstage, atentos, a assistir à nossa actuação. Não nos deixam ficar mal, mesmo quando ousamos pensar em desistir (esta palavra não consta, de todo, no meu dicionário*). E o melhor de tudo, é que não nos saem da cabeça nem por um minuto. São parte de nós, da mesma forma que lhes pertencemos. E mesmo quando me esqueço de agradecer, sinto-me grata. Abençoo a presença de todos, um por um, na minha vida, e peço para que tudo permaneça da forma que está. 


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Visões

"Quando começou, achaste que eu era especial, diferente dos outros?"
Não. Um não redondo.
Primeiro, porque não há cá grandes diferenças, sem querer ferir susceptibilidades.
Depois, porque isso de se ser especial é relativo. É só uma imagem que temos na nossa própria cabeça acerca de outra pessoa, que na maior parte das vezes corresponde somente a um fascínio inicial, baseado no nada. Porque depois passa. E depois vês que não há nada de especial em ninguém. Só mais um tiro no escuro. Isto é a minha visão mais negra da coisa. 
E é esta a minha visão porque também eu achei, burra e inocente, um dia, que podia ser especial para alguém. Mas não. Foi um não redondo. Mas só depois de se sentir é que se consegue discernir acerca do assunto. E portanto não. Não vi em ti grandes diferenças, nem tive grandes expectativas, porque, oh senhor, tu sabes, corria sempre mal. Lancei-me firme sobre qualquer coisa que já queria há muito tempo. E cá estou. Cá estamos. Sem muitos romances, mas com muitas interrogações. 

O que podia ter sido

Mas não foi...
Férias. Dez dias. Grandes dias, cheios de sol e de calor para estar na praia, chegar a casa e não fazer nada. Perder-me nas compras, comer gelados e engordar. 
Não. Não. Não podia ser, era demasiado bom. Pelo contrário, esta chuva, o facto de estar fechada em casa, doente... hm... isso é que é mesmo agradável.
Haja paciência.

domingo, 6 de abril de 2014

Does it hurt?

E não é pouco. Quando erramos, quando não damos o braço a torcer, quando olhamos para nós, apenas. Dói quando magoamos, num impulso, porque não conseguimos pensar antes de dizer. E acredita que me culpo. Dia após dia, por ser assim. Por não compreender que a razão não está sempre do meu lado e que perco muito quando te quero só para mim. Mas é bom sabes? Ajudas-me a crescer.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Post it


Há amigos e amigos

Há quem nos tire as palavras, por dizer coisas tão acertadas que nem temos como contra argumentar. Há amigos tão plenos, tão puros, que nos acompanham dia após dia, mesmo quando nem tudo é um mar de rosas. Estão lá quando caímos, ajudam-nos a erguer. Estão lá para nos mostrarem que ainda há um grande caminho para se percorrer, e mesmo quando não é fácil, estão do nosso lado. Ficam do nosso lado, incondicionalmente. Há amigos insubstituíveis. Amigos daqueles a quem nunca vamos conseguir demonstrar a nossa gratidão. Por tudo. Por todos os momentos. Há amigos e amigos. Uns melhores que outros, uns mais presente que outros. Mas não me venham cá com tretas, nem com teorias de grandes amigos que se constroem com base no vazio, no ridículo. Isso não são amigos, nem sequer para preencher as horas mortas. São talvez aquilo que queríamos ter, mas que não temos. É preciso muito, mas mesmo muito mais do que umas conversas para considerar alguém um amigo. Leva muito tempo, roubam-nos muitas coisas. Tiram de nós o mesmo que lhes tiramos, em troca. É recíproco, mútuo. É um crescimento que se faz. E quando temos a capacidade para compreender isso e distingui-los uns dos outros, não precisamos de mais nada.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Feliz o ignorante


Sometimes

Às vezes gostava de ser mais preto no branco. Ser menos complicada, menos acinzentada, mais pragmática. Ter a capacidade para dizer o que penso, sem rodeios, sem andar a moer e a remoer a situação. Incomoda? Vamos falar acerca disso. O problema, o real problema, é quem está do outro lado. É quem nos ouve, quem nos vê, quem lê a nossa expressão mesmo sem dizermos ai!. E aí entram os milhares de estratégias que tentamos adoptar para contornar a situação, sem sucesso. Nunca funcionei, nem funciono, com a técnica de engolir sapos, muito menos aprecio que não percebam, ou percebam mal, o que tenho para dizer. Mas há quem nos detenha, quem nos faça pensar duas a três vezes antes de darmos o salto, antes de cuspirmos tudo cá para fora, antes que seja tarde demais. Mas às vezes tem de ser. Às vezes temos que dar uma grande bofetada no ar e um pontapé no sapo que ficou entalado. De berrar os sentimentos que fomos acumulando, por termos perdido o jeito de os explicar convenientemente. Às vezes custa, sabemos que a reacção vai ser pouco confortável, sabemos que vão ser postas em causa muitas outras coisas, muitos outros sentimentos e situações. Mas às vezes tem mesmo de ser. E isto se queremos que, às vezes, as coisas resultem. Às vezes, não é nada fácil. Mas vale a pena. Às vezes.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sabes?

Sabes que me tiras o sono de noite? Desconcentras-me nas aulas, tiras-me daquela sala fria e levas-me para longe. 
Sabes que sinto arrepios quando te encontro nos meus sonhos, ou quando oiço a tua voz? Fervilho cada vez que te vejo, como se estivéssemos no início. 
As minhas mãos ainda tremem quando encontram as tuas e continuo a adorar o toque da tua pele como se ainda me fosse estranha.
Continuo a admirar os teus traços, o teu sorriso torcido, o riso contagiante, que me faz tão bem. 
E sabes? Ocupas a minha cabeça a toda a hora, fazes a distância doer mais. Provocas-me com as saudades que sinto, testas a minha sanidade quando deixas o tempo passar, simplesmente.
Mas fazia tudo da mesma forma, sem mudar uma única vírgula.

Done.

Não tive tudo o que pedi. Pedi mais sol, pedi mais horas de descanso, pedi um fim de semana mais comprido. Pedi muita coisa. Mas contentei-me com um dia de sol em que pude namorar o mar, com as seis horas de sono por noite, com o trabalho mesmo até à última. Pedi férias, mas tive direito a duas semanas de aulas, que ainda mal começaram. Pedi muitas horas para nós, mas tive ainda menos do que aquilo que esperava. Mas ainda assim, agradeci por tudo o que tive. Não é, nem de longe, o que precisava, mas foi mais que suficiente para tornar o meu mês repleto de sucessos, de aprendizagens e sorrisos difíceis de arrancar. Não dormi bem, não descansei, não namorei tanto quanto queria, mas cheguei ao fim e pude suspirar, tirar muitos quilos de cima dos ombros, por ter completado uma grande etapa, por ter crescido muito e por estar um passo mais perto da minha grande realização pessoal. 

domingo, 9 de março de 2014

Apaixonei-me outra vez

Percorro-te as ruas como se as conhecesse como a palma da minha mão. Oiço os sons e sinto os cheiros, identifico-me em todos os pormenores. Na azáfama, na correria, encontramos o branco e não há barulho. Só frio, muito frio. Apaixono-me pelas luzes, pelo teu brilho e o teu encanto. Sorris em cada esquina, moves-te sem parar. Não paras, um único segundo que seja. Prendes-me ao chão que percorro todos os dias, e seduzes-me para ficar. Oh, se queria ficar. Mas nesse teu esplendor, sei que me ia perder, não te ia conseguir acompanhar porque corres sem olhar para trás. Rasgas o céu em altura, e foges do sol, mas brilhas. Em cada pedaço de chão, de espaço, de ar. És um sonho.




segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Nursing

E vou, cheia de fé, cheia de vontade de trabalhar, para aquele que sempre foi um dos meus grandes objectivos: estagiar num hospital central. Não é o melhor do país, de longe, mas é um hospital universitário e tem tudo o que eu preciso para aprender muito, e para ser cada vez melhor. Vou de mente aberta e uma mão cheia de entusiasmo, que já me ajudam a percorrer metade do caminho. É preciso trabalhar no duro, durante estes próximos meses, mas tenho a certeza que quanto chegar ao fim vai saber muito muito bem.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Porque sim, porque quero

Sobre relações:
F: "Não sei como é que aguentas"
Eu: "Às vezes, nem eu"
Há dias em que a minha cabeça dá milhentas voltas e nem sempre encontro as respostas que procuro. Mas sei perfeitamente, como se fosse muito simples de entender, que é aquilo que me faz sentir melhor e mais feliz, mesmo com a distância, mesmo com as poucas visitas. Falar ao telefone durante a semana, como se vivêssemos em países diferentes, não torna as coisas mais fáceis. Mas ainda assim consegue estar mais próximo do que muitos que andam comigo diariamente. É tudo aquilo que eu quero, tudo o que mais preciso.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Post it


Pessoas

Às vezes aquilo que mais procuramos tem estado todo o tempo ao nosso lado, mesmo sem darmos conta. E aquilo que mais precisamos, pode até vir de uma pessoa quase desconhecida, e aos poucos, dia após dia, vamos reencontrando no outro aquilo que procurávamos em nós. E é tão bom termos alguém que nos perceba. Tão, mas tão bom.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Narrando #1

Olho-te discretamente, quando te concentras na tua escrita perfeitamente alinhada. Reparo no modo como desenhas as tuas frases, como moldas tão suavemente a caneta à tua mão. São esguias, magras, compridas. Vividas até. Encontro-te aqui mais vezes do que aquelas que esperava e perco-me contigo, mesmo sem reparares. Finjo estar atenta ao meu livro e ao meu café já frio. Não reparas em nada sem ser na tua própria sombra. Na tua doce perdição. Ah como eu gostava que levantasses os olhos. Como eu gostava que os cruzasses com os meus, só num instante, mesmo insensível, para poder absorver todos os cristais azuis que reflectes. Toda a luz, todo o calor. E a tua face, aconchegada num cachecol formalmente arranjado, parece pedra. Tudo em ti é desenhado, delineado com a maior preciosidade e delicadeza. Encurvas o canto da boca, num sorriso discreto e nem tu próprio reparas. Concentrado, remexes folhas, organizas, encerras. Ficas pensativo num momento. Olhas ao fundo mas nada vês porque os teus olhos estão baços. Aprecio-te, uma vez mais. Nem por um segundo. Pego nas coisas e levanto-me, mas nem isso te chama a atenção. Permaneces. Até um dia.

Onde estão?

Onde andam os bons (mas pequenos, convenhamos) grupos de amigos? Daqueles que mesmo depois de meses sem grande contacto, acabam por nos compreender melhor que ninguém? Porque tardam em aparecer pessoas por quem valha mesmo a pena lutar? Daquelas que mesmo só num café, nos sabem aquecer o coração de forma inigualável? Daqueles com quem podemos ser plenamente nós próprias, e ouvir, sem ter de falar... porque tudo o que pensamos acaba por ser o que eles pensam? Aqueles grandes amigos que só com o olhar nos lêem a alma, que num minuto nos fazem mais felizes do que outros em muitos meses. Porquê continuar a ser banal e a viver só porque sim, quando podemos ser e estar em plenitude, todos os dias? Às vezes fazem-me falta, aqueles grandes amigos, que têm uma força sobre nós próprios e nos fazem ver que a vida é só isto e que o pouco pode ser o tudo. Às vezes gostava de ter alguém assim, que não adiasse e não se desculpasse com o vão-haver-outras-oportunidades. As oportunidades somos nós que as criamos. E não podemos dar tudo a todos, sem receber qualquer coisa em troca. Acaba por se chegar a um ponto de incompletude extremo. Às vezes preciso desse meu refúgio. De um chocolate quente e de uma manta. E de alguém que não fale e só oiça. E assim nos compreendamos melhor que nunca. Deves andar para aí, sem ser só nos meus sonhos.

Saudade

Sei bem o sinto quando, depois de tanto tempo, posso abraçar alguém verdadeiramente especial. Pensamos que resistimos a isto das saudades, que é fácil tolerar a distância mas a verdade é que deixamos de nos lembrar do bem que nos fazem, e as gargalhadas ficam reservadas durante tempo demais.
Mas também sei o que sinto quando vejo alguém partir, mesmo sabendo que é temporário e que tudo volta ao normal, à rotina de sempre. É o aperto no coração e a vontade de dizer que não e fazer os últimos minutos durarem para sempre. A cabeça que não pára de trabalhar à procura das boas memórias, dos excelentes momentos. E o tempo que não passa. E os dias que são longos, mesmo com as trezentas e cinquenta mil coisas que tenho para fazer. Mas tudo me leva ao mesmo sítio. Quando o telefone vibra, a esperança é de encontrar uma mensagem tua. Até parece que foste para um mundo longe, diferente do meu. Que deixaste de existir e voltei a ficar eu, sozinha, a conjugar o verbo ser e a viver todos os dias como dantes. Antes de sermos eu e tu. Mas está quase. E quando voltares, vou sentir o que sinto sempre. O abraço quente, a ternura que transborda. E o coração pode ficar calmo outra vez.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Human


I can hold the weight of worlds
If that’s what you need
Be your everything


But I’m only human
And I bleed when I fall down
I’m only human
And I crash and I break down
Your words in my head, knives in my heart
You build me up and then I fall apart
Cause I’m only human

Às vezes faz falta


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Done


Movimento

Corre. Corre porque se não o fizeres vais acabar por te perder. Corre para chegares mais longe, mas não mais depressa. Corre, mas nunca fujas daquilo que te prende ao chão que pisas. E nessa corrida louca, que não vai ter fim, tu vais perceber que há um propósito para tudo. Mesmo as quedas que dás quando tropeças, te obrigam a levantar. Ou os passos que dás para trás, é para te permitir ir um bocadinho mais além. E vais ficar exausto, com vontade de parar por um minuto, só para respirar. Mas se o fizeres por muito tempo, acabas por te conformar com esse conforto imediato, que não magoa nem cansa. Mas também não chegas a lado nenhum. Não vais a lado nenhum, não exploras nada nem ninguém. Ficas somente ali, a meio do caminho. E já que estamos numa estrada, ao menos que cheguemos ao destino. Extenuados, com sede, e a precisar de descansar. Mas só depois de se chegar à meta é que se pode olhar para trás e começar a abrandar a marcha. Sem parar.

Here's to you


Close your eyes

Let me tell you all the reasons why



Eu dou-te todas as razões, explico-te todos os porquês, dou-te todos os motivos e tiro-te todas as dúvidas. E repito, vezes e vezes sem conta, até me tornar chata ou até o saberes de cor.

It’s finally safe to stay

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Cinzento é um estado de espírito


Pode chover, trovejar, pode ser o dia mais horroroso de sempre. Mas há sempre qualquer coisa que brilha. E às vezes está nas pequenas coisas.

Vous et moi, moi sans vous

E tu, que estás aí desse lado, frio, desconfortável, meio confuso com o que tens para fazer, e que me procuras na esperança de encontrares umas palavras que te aqueçam o coração, muito parecidas com aquelas que te vou sussurrando ao ouvido quando estamos perto, muito perto. E tu, que precisas de um abraço quente, daqueles que tanta falta me fazem, também. E um beijo, prolongado, que diga dezenas de coisas que não conseguimos expor por palavras, porque essas palavras não existem. E eu, que te escrevo horas e horas a fio, na esperança de encurtar este espaço que nos separa, de tentar trepar um pouco mais estas paredes intransponíveis que teimam em ficar entre nós. E nós? Nós que precisamos de mais um abraço, de mais palavras, de mais um beijo, estamos assim, sós, longe, a lutar por mais um dia e a rezar para que esse dia vire sexta rapidamente e que o domingo tarde a passar. E nós, loucos apaixonados que não sabemos viver o dia de hoje sem o futuro que já é nosso. E nós. Não sei como chegámos até aqui, mas insisto e persisto para continuar ao teu lado, mesmo com muros, paredes e tectos. Mesmo com muitos quilómetros, muitos dias, muita chuva. Mesmo com tudo o resto 

domingo, 5 de janeiro de 2014

Começar

Das férias restam apenas algumas horas. Chega sempre a altura de abandonar o conforto de uma casa quente e enfrentar a chuva, e o cinzento, e a novidade que traz sempre muitos desafios. Pronta, ou não, para enfrentar o mês de Janeiro que é sempre tão desagradável e confuso e com dias em que só vinte e quatro horas não são suficientes. Mas vou, de cabeça erguida e com uma motivação de última hora. Vou sempre, e pronta para dar o melhor.

Where have you been all my life?


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

New year, old me

Não precisamos de novos começos, novos amigos, novos estilos. Não agora. Precisamos de repensar o que foi feito, o que deixámos por dizer e de levar connosco as aprendizagens. É uma bagagem cada vez mais pesada, mas vamos descartando o passado para termos espaço para as novas oportunidades. E assim se vai fazendo um caminho difícil, íngreme, mas cheio de recompensas. E dói, custa, sim. Toda a gente sabe o que é sofrer. Mas nem todos sabem o que é ter força para se erguer e lutar pelo que mais se quer da vida, que é tão curta.

Happy New Year!


Pensar assim para começar, que tal?