terça-feira, 12 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Não é o fim


There isn't any chance I may change my mind, so we may be like ashes and wine @



Razões para lutar? Há imensas. Mas desta vez sou eu que não quero. Já por muitas outras ocasiões me lancei para muita coisa, só por saber que era o que tu precisavas, o que tu querias. Só por saber que era eu que te completava, que era eu quem tu precisavas, e ainda precisas. Mas não podemos ver para sempre as coisas dessa forma. Dei muito de mim por ti, acredita. Mas quem sabe, eu me tenha realmente apercebido que tu não aproveitavas nada disso da melhor maneira. E agora pergunto, preocupavas-te com a maneira como me sentia quando a conclusão ficava exposta? Não me parece. Por muito que custe, às vezes temos de ter a capacidade para dizer 'já chega'. "it's just a shame to let you walk away" - acredita. Ainda por cima ao saber que foi por ti que fiz e dei muito daquilo que não estava disposta a fazer e a dar por outro qualquer. Sem qualquer dúvida, sou tua. Hei-de sê-lo sempre, por razões óbvias. Mas é à minha maneira que isso vai acontecer. Acabaram-se as oportunidades. Acabaram-se as tentativas. Acabou. Ponto. É duro, eu sei. Mas como sabes, não é o fim. Parece que tenho um gosto particular em deixar coisas inacabadas, pra depois voltar atrás. Sou uma cobarde. E vai ser mais que óbvio que um dia fico agarrada às minhas próprias certezas, e então aí vou repensar tudo o que já pensei até agora. Mas por enquanto vou deixar-me andar. E é por não conseguir deixar nada finalizado que também tenho o luxo de aprender com os erros e 'sentir a falta das coisas, quando já não as tenho'. E isso no fundo, acaba por ser o pior de tudo. Querer por um fim numa coisa (preciosa), tentar, mas falhar. É pior que não fazê-lo sequer. Talvez se tivesse guardado dentro de mim todas as duvidas e incertezas me teria ficado a sentir melhor do que quando olhei para ti depois, com vontade de te ter de volta. É horrivelmente duro tentar não pensar em ti, em nós, no que já vivemos. "Can't you just let me be?". Mas é com tudo isto que, mais uma vez, nos consciencializamos que não foi um desperdício, não foram farsas o que vivemos.
São também todas as imagens, sons, sensações que ficam cá para sempre, trejeitos e sorrisos escondidos. Nunca te quero ver infeliz, tenho a certeza que sabes isso. Pensava que também irias querer isso para mim, ainda que saiba qual vai ser a tua resposta final. Adeus não digo, nunca. Só um até já para quem sabe e quer o mesmo que eu.

Amo-te.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Conta-me como foi


Como foi? Como costumava ser. Esplêndido. Não havia limites para nada nem para ninguém. Uma pessoa adaptava-se ao que quer que fosse, ao que tinha que se acostumar. A vida era o mesmo turbilhão de stresses e dramas por resolver, mas não passava disso. Era uma idade simples, sem ou com poucos complexos. Não havia entraves no meio das minhas decisões, às quais me atirava de cabeça sabendo que a única a sentir as vantagens ou desvantagens do que quer que fosse, era eu. Na primeira linha, estava só eu, nem havia outra opção. Idealizava, trabalhava e vangloriava-me. Era simples. Não tinha que partilhar nada com ninguém, nem dar justificações só porque sim. Era só EU, mais uma vez. Agora... agora não. Agora é diferente, e vai continuar a sê-lo, só porque me propus a isso. Só porque não fui capaz de continuar o mesmo caminho sozinha. E é por isso que tudo se torna como é: difícil. Quando antes pensávamos em fazer isto ou aquilo, agora temos de pensar, 'não, não posso fazer isto porque senão um outro alguém vai ficar desiludido'. E não pode ser, porque agora não penso só em mim, mas nos dois. Sim, claro, conversas de alguém muita invejoso e com demasiado orgulho, mas se calhar é mesmo isso que eu sou. E para além do mais, esta coisa de ter que pensar a dobrar, e não apenas uma vez, por mim e para mim, destrói uma alma sã. Não é nada convidativo e dá mesmo muitas dores de cabeça. Não sei e provavelmente nunca hei-de descobrir, mas será que somos os únicos, ou também a segunda metade se esfola e se crucifica por nós? Não sei mesmo. Se alguém me souber responder, óptimo. E por ter tantas dúvidas irritantes é que me fartei. Sinceramente, farto me de tudo muito rapidamente, mesmo que me tenham dado tudo aquilo que eu precisava na altura. Mas foi isso, uma altura. Fartei-me de ter que pensar num futuro em que ponho o 'nós' e não o 'eu' na linha da frente. Fartei-me de ter que criar opções que tornam os dois mundos (quase) perfeitos. E quase, porque o esforço depositado não valeu a pena. Foi uma luta sem objectivo, sem metas a alcançar. Uma luta por lutar, e não por querer vencer e perdurar com glória. E agora o que fazemos? Pensamos em deixar tudo para trás? Esse tudo que até nos valeu de muito? Não, somos sempre demasiado orgulhosos; por muita vontade que haja, foi a nossa vida, o nosso precioso tempo que demos para tirar frutos de uma árvore sem raízes. E isso é que não está correcto, para nenhum dos dois.

Durante muito tempo, fui eu. Só eu. Mas depois, também não passou a ser o 'nós'. Passou a ser o 'tu'. E com isso, fui esquecendo o que realmente queria e precisava para mim mesma. Liguei-me demasiado a um 'tu' que se calhar "wasn't worth it". E aquilo que deixamos para trás, quando realmente queremos desistir de algo, não é aquilo que construímos com essa pessoa e para essa pessoa, mas sim o que levámos uma vida inteira a construir sozinhos, para nós.

Foi isso que foi.


Texto idiota de uma pessoa idiota, mas 'sofredora'.