sexta-feira, 26 de abril de 2013

Escrever mais

E a vocês, pessoas que escrevem, não vos acontece como a mim, que depois de andar a vasculhar no baú daquilo que escrevo, encontro pedaços perdidos de pequenos ou grandes textos, que quando os vou ler só penso, oh jesus, fui eu que escrevi isto? Não por estar mauzinho mauzinho, mas por até considerar que dava o início de uma bela história?
É nisso que vou apostar hoje. Encontrei este amigo e vou dar-lhe um bocadinho de vida.

O dia estava extraordinariamente quente. Abri a janela do quarto, para que o sol entrasse, desinibido. Mas antes de sair deixei-me ficar ali por momentos, a olhar o pouco de paz que ainda fazia parte da minha vida. Sempre gostara daquela casa. Arejada e cheia de sol, não dava vontade de coisa nenhuma a não ser ficar de manhã à noite sentada no baloiço a apreciar as árvores e borboletas que se deixavam embalar pela delicia do tempo. Era uma boa casa. Evocava tantas e tão boas memórias, a cada canto encontrava uma história de embalar.  Era uma casa que nunca perderia o seu brilho, por muito longe que estivessem todas as suas razões para brilhar.
Ia ter saudades de tudo isto. Ia ter saudades da roupa estendida de árvore a árvore, ia ter saudades do baloiço que já pertencera à infância da minha mãe, ia ter saudades de fugir das abelhas pelo meio do mato e voltar a chorar porque me tinha cortado no meio das flores campestres. Ia sentir saudades dos finais de tarde passados ao colo da minha mãe, no meio de tanta vegetação a ouvir uma história de encantar. Vou sentir saudades de tudo. Fechei a janela para que o quarto se mantivesse fresco. Fechei a janela para manter presas naquela casa todas as vidas que por ali se esfumaram.

Ai que delícia!!


Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente

Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro

Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada

AQUI

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Não me canso de dizer

Que é uma delícia, faz disparar o meu coração a mil e enche-me de felicidade receber um elogio aos meus trabalhos de escrita criativa, de uma escritora que admiro muito. Faz-me ganhar os dias, as noites e as semanas todas. É uma coisa tão simples, mas que me dá tanta coragem para continuar e ir mais longe. Obrigada, do fundo do coração.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Yes, please


É o sol

Fazendo bem as contas, faltam uns modestos trinta dias para poder usufruir verdadeiramente deste Verão que já se fez notar. Já nem penso nos três trabalhos nem nas três frequências que faltam. Penso nos biquínis novos que tenho para estrear, nas férias com as amigas lindas do coração, no festival de verão que vai valer todos os cêntimos, na corrida colorida que vai ser estonteante, na festa maravilha dos vinte anos e nos milhares de planos que ainda estão para vir. Se fosse sempre assim, todos os anos lectivos, até era mais giro.



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cada vez mais acredito nisto

BE CAREFUL WHAT YOU WISH FOR CAUSE YOU JUST MIGHT GET IT

Pormenores

Esta semana (que terminou finalmente) tive a oportunidade de dar início a uma nova parte da minha vida. O voluntariado semanal, como sempre quis fazer: ter um compromisso, ter alguém que pode contar comigo e com a minha excessiva disponibilidade. Não era exactamente aquilo que projectava fazer mas quando temos uma oportunidade há que agarrá-la com força. O melhor há-de vir com o tempo. E foi o meu ponto alto da semana. Conheci pessoas novas, umas mais velhas, outras da mesma idade, umas que estavam ali em circunstâncias completamente diferentes das minhas mas gostei de sentir que todos trabalhávamos para um bem comum. E é gratificante ;)

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O mundo é mesmo muito pequeno

Mas dentro desse seu tamanho de ervilha ainda me consegue enganar. Não é que acabo de descobrir que um dos meus melhores amigos de infância, daqueles que deixamos de ver mal saímos da escolinha, está agora na mesma Universidade que eu? E não, a Católica com o seu tamanho monstruoso nunca me permitiu que me cruzasse com ele. Ora diabos. Vamos já resolver isso!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ao post anterior

"Não é que tenha medo de morrer, só não quero lá estar quando acontecer!" Woody Allen
Está de morte! Ahahah

O negro num dia de sol

Quantas não são as vezes em que damos por nós, pela nossa cabeça, a vaguear por locais incertos, duvidosos, a propor realidades que ainda não aconteceram mas que um dia, certamente, irão acontecer? Quantas vezes não dou por mim a pensar na morte de quem me é mais próximo, a tentar vislumbrar o que ia sentir, o que ia ser capaz, ou não, de fazer, conseguiria seguir em frente, ficaria ou não presa ao passado. São pensamentos assombrosos que acho que ao pensar neles me torno cada vez mais apta e que quando realmente acontecer já vou estar preparada. Ah ah ah. Or not. Uma coisa é aquilo que pensamos, ou que achamos que pensamos. Tentar compreender a dor, a angústia, o vazio, a perda, não é como pensar nas próximas férias de verão. Não podemos treinar os nossos sentimentos para que doa menos, ou até para que sejamos capazes de não sentir, tão vividamente. Por um lado era bom que assim fosse, mas logo que penso nisto, repenso, para concluir que o despair  faz parte do nosso processo de desenvolvimento, que é e vai sempre ser contínuo. O melhor é mesmo não pensar. Pelo menos enquanto podemos aproveitar e valorizar o que temos de bom. E que é muito.

Vou só ali


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Always wear your invisible ♛

Gosto muito mais, mas mil vezes, de quem não mostra tudo o que é nem dá tudo o que tem. Pessoas transparentes, que acham que isto da vida é uma ingenuidade e muito simples, perdem todo o pouco interesse que, possivelmente, teriam lá bem escondido. Gosto de quem dá luta, de quem ergue barreiras para que as possamos ultrapassar. Damos mais valor à relação e esforçamo-nos por merecer confiança. E pelo menos assim, sabendo que tenho amigas que partilham a minha opinião e personalidade, já não me sinto tão sozinha ;)

domingo, 14 de abril de 2013

A nós

Um brinde de Porto a nós, porque a cada dia que passa nos tornamos melhores juntas, grandes amigas mas sempre cada uma com a sua, que assim é que tem graça. Um brinde a nós por tudo aquilo que já foi e ao que demais virá, porque somos fortes, e vamos continuar a crescer a cada dia que passa. Um brinde a tudo aquilo que mais nos une, às demais semelhanças, que aprendemos a reparar, às diferenças, que tornam as nossas discussões tão fantásticas, às nossas noites, e dias e tardes de honestidade, em que não deixamos nada por dizer, a tudo aquilo que nos torna aquilo que os outros vêm, ou acham que vêm. Brindem, seja com o belo do Porto, com a vinhaça rasca, ou uma garrafinha de água. Mas brindemos, porque o amanhã vai lá estar à espera, e que bem que nos sabe enfrentá-lo de frente. 

GG. 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Porquê?

Expliquem-se só porque é que de repente cai tudo em cima de mim? Lembraram-se todos "ah, é Abril, 'bora meter conversa com a Inês". É que sinceramente, não há paciência para lidar com as vossas alminhas e com as vossas mil e uma personalidades-que-precisam-de-atenção. Deve-me ter escapado a parte do horóscopo em que disseram "vai conhecer muitas pessoas e algumas vão voltar do seu passado... e atenção, podem ser a sua alma gémea". Não. Menos. Muito menos.

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Correr

Na semana passada, com a chuva torrencial de manhã, não fui correr. Ao final da tarde já estava um sol deslumbrante, mas disfarçado. Não quis nem saber. E claro, mal pus um pé na pista, o que aconteceu? Isso, chuva torrencial. Mas não parei. E nada me soube melhor em toda a semana, ainda por cima sei que é por um bem maior. 


domingo, 7 de abril de 2013

Ler cautelosamente e com mente aberta

Há certas coisas que me tiram do sério. E depois há outras que me põe completamente fora de mim, nomeadamente este país! Já era incrivelmente perturbador saber como funcionava o nosso sistema de saúde, mas pior, e o que me choca ainda mais, é ver determinadas criaturas como esta tal fulana a que muitos chamam Exma Srª Dra. com que me cruzei hoje, a comportar-se como se o curso que tivesse tirado lhe conferisse alguma soberania, ou um belo de um pedestal, ou até que lhe desse o poder e, quiçá, legitimidade para agir com verdadeira arrogância e desprezo perante o doente que tem à frente e que, por acaso, era meu familiar. Já para não referir o pequeno pormenor de estar empregada numa das instituições privadas mais conceituadas de Lisboa. Queria lá ela saber o nome, ou qual tinha sido o diagnóstico anterior. O que ela gostou mesmo foi de ter a trombinha colada ao computador durante a consulta e criticar o outro serviço por ter administrado e receitado um antibiótico para tratar uma infecção renal. Qualquer indivíduo minimamente capaz, compreenderia que alguma coisa não estava a bater certo ali. E dar-se ao trabalho de fazer perguntas, fazer um exame físico, perguntar pela dor, ui e sujar as mãos? Deus me livre! Fica sentada na cadeirinha que aí é que estás bem! E a indignação de quando, por lapso e com a pressa de sair de casa, nos esquecemos de levar as análises? Caiu o Carmo e a Trindade àquela pobre senhora. Mas infelizmente e mais  vergonhoso ainda são as figuras que os meus queridos colegas enfermeiros, Deus-queira-que-não-faça-estágio-com-gente-desta, na hora de dar a pica para tirar o sangue, o que eles mais queriam saber não era do objecto (leia-se pessoa) que lá estava sentada. Muito mais giro era a nova música da Pink com o gajo dos Fun e o não-acredito-que-não-ouviste-ainda-é-bué-fixe. Pode não ser o mundo ideal. Não é de todo. Mas também não é o mundo real. Há alguma coisa muito errada com toda a esta gente e de uma geração muito anterior à minha. As minhas queixas não vão mudar nada? Pois não, nem sequer vão sair deste modesto blog, mas é triste e apresento aqui as minhas lamentações de que quem esteja à frente dos nossos hospitais, dos nossos serviços de saúde, a cuidar da nossa sociedade, sejam pessoas medíocres e incompetentes como estas. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Segunda casa

Para os mais curiosos, e para todos os outros aqueles que já sabem, aqui fica um outro pedaço daquilo que eu faço. Hope you like it 


Clicar na imagem!

Estudar tem destas coisas

Madeleine Leininger, uma famosa teórica de Enfermagem, define pessoa como o ser cultural que sobreviveu ao tempo e ao espaço. E eu a pensar que ser pessoa era mais que isto.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Abril

Venham as águas mil, uma pessoa até que já se habitou. Venha o dia das mentiras. Venham as frequências e os trabalhos. Venha o ter que ir para a faculdade todos os dias. Venha o que vier. Mas por favor, que venha também mais tempo para a escrita e para o piano, que venha o voluntariado e uma bela de uma viagem ao norte de Portugal, e um part-time, já agora. E bons momentos. Daqueles que nos fazem suspirar quando chegamos ao fim do dia. Tenham um bom mês.