segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Nursing

E vou, cheia de fé, cheia de vontade de trabalhar, para aquele que sempre foi um dos meus grandes objectivos: estagiar num hospital central. Não é o melhor do país, de longe, mas é um hospital universitário e tem tudo o que eu preciso para aprender muito, e para ser cada vez melhor. Vou de mente aberta e uma mão cheia de entusiasmo, que já me ajudam a percorrer metade do caminho. É preciso trabalhar no duro, durante estes próximos meses, mas tenho a certeza que quanto chegar ao fim vai saber muito muito bem.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Porque sim, porque quero

Sobre relações:
F: "Não sei como é que aguentas"
Eu: "Às vezes, nem eu"
Há dias em que a minha cabeça dá milhentas voltas e nem sempre encontro as respostas que procuro. Mas sei perfeitamente, como se fosse muito simples de entender, que é aquilo que me faz sentir melhor e mais feliz, mesmo com a distância, mesmo com as poucas visitas. Falar ao telefone durante a semana, como se vivêssemos em países diferentes, não torna as coisas mais fáceis. Mas ainda assim consegue estar mais próximo do que muitos que andam comigo diariamente. É tudo aquilo que eu quero, tudo o que mais preciso.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Post it


Pessoas

Às vezes aquilo que mais procuramos tem estado todo o tempo ao nosso lado, mesmo sem darmos conta. E aquilo que mais precisamos, pode até vir de uma pessoa quase desconhecida, e aos poucos, dia após dia, vamos reencontrando no outro aquilo que procurávamos em nós. E é tão bom termos alguém que nos perceba. Tão, mas tão bom.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Narrando #1

Olho-te discretamente, quando te concentras na tua escrita perfeitamente alinhada. Reparo no modo como desenhas as tuas frases, como moldas tão suavemente a caneta à tua mão. São esguias, magras, compridas. Vividas até. Encontro-te aqui mais vezes do que aquelas que esperava e perco-me contigo, mesmo sem reparares. Finjo estar atenta ao meu livro e ao meu café já frio. Não reparas em nada sem ser na tua própria sombra. Na tua doce perdição. Ah como eu gostava que levantasses os olhos. Como eu gostava que os cruzasses com os meus, só num instante, mesmo insensível, para poder absorver todos os cristais azuis que reflectes. Toda a luz, todo o calor. E a tua face, aconchegada num cachecol formalmente arranjado, parece pedra. Tudo em ti é desenhado, delineado com a maior preciosidade e delicadeza. Encurvas o canto da boca, num sorriso discreto e nem tu próprio reparas. Concentrado, remexes folhas, organizas, encerras. Ficas pensativo num momento. Olhas ao fundo mas nada vês porque os teus olhos estão baços. Aprecio-te, uma vez mais. Nem por um segundo. Pego nas coisas e levanto-me, mas nem isso te chama a atenção. Permaneces. Até um dia.

Onde estão?

Onde andam os bons (mas pequenos, convenhamos) grupos de amigos? Daqueles que mesmo depois de meses sem grande contacto, acabam por nos compreender melhor que ninguém? Porque tardam em aparecer pessoas por quem valha mesmo a pena lutar? Daquelas que mesmo só num café, nos sabem aquecer o coração de forma inigualável? Daqueles com quem podemos ser plenamente nós próprias, e ouvir, sem ter de falar... porque tudo o que pensamos acaba por ser o que eles pensam? Aqueles grandes amigos que só com o olhar nos lêem a alma, que num minuto nos fazem mais felizes do que outros em muitos meses. Porquê continuar a ser banal e a viver só porque sim, quando podemos ser e estar em plenitude, todos os dias? Às vezes fazem-me falta, aqueles grandes amigos, que têm uma força sobre nós próprios e nos fazem ver que a vida é só isto e que o pouco pode ser o tudo. Às vezes gostava de ter alguém assim, que não adiasse e não se desculpasse com o vão-haver-outras-oportunidades. As oportunidades somos nós que as criamos. E não podemos dar tudo a todos, sem receber qualquer coisa em troca. Acaba por se chegar a um ponto de incompletude extremo. Às vezes preciso desse meu refúgio. De um chocolate quente e de uma manta. E de alguém que não fale e só oiça. E assim nos compreendamos melhor que nunca. Deves andar para aí, sem ser só nos meus sonhos.

Saudade

Sei bem o sinto quando, depois de tanto tempo, posso abraçar alguém verdadeiramente especial. Pensamos que resistimos a isto das saudades, que é fácil tolerar a distância mas a verdade é que deixamos de nos lembrar do bem que nos fazem, e as gargalhadas ficam reservadas durante tempo demais.
Mas também sei o que sinto quando vejo alguém partir, mesmo sabendo que é temporário e que tudo volta ao normal, à rotina de sempre. É o aperto no coração e a vontade de dizer que não e fazer os últimos minutos durarem para sempre. A cabeça que não pára de trabalhar à procura das boas memórias, dos excelentes momentos. E o tempo que não passa. E os dias que são longos, mesmo com as trezentas e cinquenta mil coisas que tenho para fazer. Mas tudo me leva ao mesmo sítio. Quando o telefone vibra, a esperança é de encontrar uma mensagem tua. Até parece que foste para um mundo longe, diferente do meu. Que deixaste de existir e voltei a ficar eu, sozinha, a conjugar o verbo ser e a viver todos os dias como dantes. Antes de sermos eu e tu. Mas está quase. E quando voltares, vou sentir o que sinto sempre. O abraço quente, a ternura que transborda. E o coração pode ficar calmo outra vez.