quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Do ano que passou?

Às vezes faltam-me as palavras. Ficam lá nos confins de um lugar que não quero visitar. São roubadas por muitos sentimentos que preenchem a minha cabeça sem pedir sequer autorização. E durante estes meses que têm passado, muito morosos e ao mesmo tempo implacáveis, muitas foram as vezes em que me deixei levar, em que fiquei para trás assoberbada com o que acontecia à minha volta. Parecia uma película que ia correndo e eu era uma mera espectadora, lá ao longe, e ia vendo muitos dos que amo perderem-se no caminho, perdendo a esperança. Eu própria ia perdendo a esperança, mas parecia só um filme. Muito muito distante. Mas depois, sentada a assistir a tudo isso, começava a sentir um vazio enorme, uma escuridão que me ia envolvendo, cada vez mais, cada vez maior. E aí então, batia no fundo. Sentia o frio a chegar e percebia que também eu estava lá, a viver aquela realidade. E doía tanto, que não há palavras para descrever.
Mas uma coisa é aquilo que se sente, outra é o que se mostra aos outros. E nunca em mim viram senão positivismo e motivação. Nunca em mim tiveram senão ombros para chorar e abraços quentes e reconfortantes. Dou tudo de mim, mesmo quando não tenho nada. E continuo a acreditar que tudo, seja o que for, acontece por alguma razão. Que razão é essa, não sei, mas é precisamente isso que quero descobrir. Foi todo um batalhar, um confronto com decisões difíceis, um encontro com indecisões, um teste que fomos superando, sempre a perder a força, sempre a ganhá-la sabe-se lá vinda de onde. A fé, essa andou meia perdida algures pelo caminho, tal como nós. Mas por mais que doa, por mais que custe encontrar um rumo certo, nada é impossível. temos de nos reinventar. E mudar. Mais que nunca, e sem razão, porque dessas, temos muitas. É disso que precisamos, e não é no ano novo. É hoje. Hoje e agora, sempre juntos. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Medo

Faltam onze dias para o estágio acabar. E sinto que ainda não fiz nada. (Aliás, não fiz mesmo.) E falta pouco mais para chegar o Natal, e depois o ano novo, e tudo assim tão depressa não pode ser. Ainda não tive tempo para respirar e já está tudo a acabar outra vez. Opa, a sério, vamos com calma. Senão daqui a pouco estou à procura de emprego e ainda mal sei o que é uma seringa. lol

Tiram-me a voz, tiram-me tudo

Não, nem é no sentido figurado. É que tagarelas como sou, ficar sem voz significa ficar um dia inteiro sem falar, sem dar as minhas opiniões (e tenho tantas!!), sem partilhar o que estou a sentir. E estou num momento muito significativo da minha vida e a modos que não me dá mesmo jeito nenhum ficar afónica. Maldito seja este frio e este vento e o ter de andar de transportes. Vá, agora devolvam-me a voz que tenho muito pra dizer. Senão começo a gritar.