sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Perdida?


Não estou onde queria estar, sinto-me pressionada por tudo e por todos os meus pensamentos, que me puxam numa só direcção: tu. Só por isso, sinto que bem não estou. Nunca precisei de me preocupar com coisas que agora não param de me atormentar. A distância nada significava, mas agora fez questão de se tornar a minha maior inimiga. Foi ela que trouxe a indiferença pelos sentimentos que costumava ter. Não sei. Pelo menos é nisso que quero acreditar. é nela que quero meter a culpa de uma coisa que nem eu consigo suportar. Não quero que seja o meu desespero a falar mais alto, mas também não me posso dar ao luxo de me enganar. A sensação com que fico é que não estou a fazer o suficiente nem estou a ser tão forte como devia, mas se calhar não é só um problema meu. Na minha cabeça estão muitas ideias, muitos planos, muitas perguntas sem resposta, muitas coisas que perderam o significado e outras tantas que me foram tiradas, injustamente.

Mas depois também há pequenas palavras, pequenos momentos escondidos nas memórias, que me fazem esquecer todas as dúvidas, todas as perdas de tempo insignificantes. Que reacção poderia eu ter quando me dizem que sou o mundo de alguém, a sua razão de viver? É impossível reagir, de todo. Por isso não sei, perdida é a melhor definição que arranjo para mim mesma neste momento.

p.s. i (still) love you, no doubt.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Super Sweet

Sixteen? o que fica pra trás de tantos anos? as memórias e os momentos? sim, sem dúvida. mas o que deixa uma grande marca são as experiências vividas. e é só disso que precisamos para continuar, por mais dezasseis, vinte, cinquenta anos. são as experiências que nos ensinam a lidar com a própria vida. as boas e as más, claro. seguramo-nos as elas porque é a única coisa que nos pertence verdadeiramente. e daí, seguimos o nosso caminho, melhorando a cada passo que damos. e assim se vai vivendo, pelos anos, ultrapassando-os e deixando-os ficar para trás, como um filme cheio de sensações, sentimentos e tudo mais. obrigada pelos dezasseis. hei-de agradecer-vos pelos noventa, se continuarem do meu lado, só porque sim. só porque uma pessoa só não constrói uma vida com risos, com lágrimas, com saudades, com amores e tudo mais. uma pessoa só não tem ninguém com quem partilhar as melhores coisas que a vida nos proporciona. por isso cá estamos nós, para nos aturarmos uns aos outros :p e ainda bem

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

If


Lembro-me como se tivesse sido ontem. Lembro-me da minha festa de aniversário de dois anos em tua casa. Lembro-me dos jogos, das pessoas, das sensações. Lembro-me dos barulhos, das cores, dos milhões de rebuçados que comi. Lembro-me da tão famosa mousse de chocolate que eu tanto gostava de espalhar pelas minhas bochechas. Lembro-me da minha amiga a jogar raquetas e a fazer “queixinhas” ao meu pai a dizer que eu, invariavelmente, estava a fazer asneiras de novo. Lembro-me de tudo, contudo não consigo lembrar-me da tua presença. Lembranças tuas, só me deixaram duas, e quais duas, foram as piores. Foi numa manhã que entrei naquele hospital, onde o cheiro a éter se escondia em cada recanto, essência à qual ainda não me consigo ambientar sem antes pensar neste dia. Enquanto nos encaminhávamos pelo corredor até chegarmos junto do quarto no qual estavas instalado a minha mãe sugeriu, pensando sempre no que seria melhor para mim, que eu não devia entrar. Mas a minha resposta foi tão fácil, tão dura e verdadeira (e sabiam que a razão desta vez estava do meu lado) que ninguém se pronunciou, ninguém fez sequer questão de argumentar contra e então entrei uma primeira vez naquele ambiente, que de agradável não tinha nada. Muito pelo contrário. Cumprimentei-te, olhei à volta e saí. Da segunda vez, fiquei por mais um pouco, a falar contigo, apesar de não obter qualquer tipo de resposta a não ser um simples murmúrio. Olhei com atenção indistinta o azul dos teus olhos, que se tinha tornado cada vez mais baço. E foi a última vez que os vi. Momentos depois apareceu o meu pai a dizer que tínhamos de ir embora e coisa que nunca vou esquecer foi o que ele me disse: “Vá Inês, despede-te do teu avô”. Não sei se eram palavras com duplo significado. Apesar de ambos sabermos, contrariamente àquilo que ia nas nossas cabeças, que era um adeus provisório, uma despedida curta, como um simples ‘até já’, não foi. Foi precisamente como a resposta que eu dei à minha mãe. Tal e qual. Foi o último momento de vida.
Relativamente à segunda lembrança, sei que não tenho outra que seja igualmente infernal, que tenha sido tão difícil de roer, lembrança que se manteve acesa na minha cabeça durante mais tempo do que o que devia. E o pior de tudo foi o local. Não há sítio que eu mais abomine do que aquele. Não há uma única sensação para ser transmitida a não ser o vazio e o cheiro a incenso, que sempre me deu dores de cabeça, ainda o torna mais frio, mais indesejável. E lá estavas tu, indefeso, sem expressão. Desta vez tenho a certeza que nem a minha mãe nem o meu pai me deixaram entrar para a sala onde estavas colocado. Mas também tenho quase a certeza que te vi. Hoje, todos me dizem que não, não havia sequer possibilidade de isso ter acontecido porque não estava nada exposto. Talvez tenha sido então uma alucinação, um sonho, qualquer coisa. Mas eu sei que te vi, e isso é que me interessa. E sei também que não foi a última vez. Queria poder ter mais certezas em relação a isto mas por enquanto ficamo-nos pelas crenças.
Mas, se naquela manhã quando me acordaram eu tivesse permanecido adormecida no teu lugar… seria tudo mais fácil. Pelo menos para mim (:

“I miss you, I miss you so bad
I don’t forget you, oh it’s so sad
I hope you can hear me, I remember it clearly
The day you slipped away, was the day I found it wont be the same
I wish that I could see you again, I know that I can’t
I’ve had my wake up, won’t you wake up
I keep asking why
I can’t take it, it wasn’t fake
It happened you passed by
Now you’re gone, somewhere I can’t bring you back,
There you go, somewhere you’re not coming back.”
The end. Til now.