domingo, 8 de abril de 2012

Há dias. E há pessoas. Pessoas que estão nos dias certos, nas horas certas, com a melodia certa. Fazem tudo parecer certo. Fazem-me esquecer todo esse errado que se cruza comigo a cada canto, que dança com cada minuto do meu relógio. Há pessoas, que forçam os ponteiros a ficar presos neles próprios, no tempo que os doma. Há pessoas, algumas mais que outras, que me dão uma lufada de ar fresco para as mãos e que me fazem voar. Enchem-me o coração só porque sim, só porque numa insignificância de tempo estiveram lá, no momento certo, na hora certa, e outros não. E depois cantam nos meus ouvidos músicas que gosto de ouvir, dizem aquilo que eu não diria de forma melhor, até partilham de segredos que nunca contei a ninguém. São pessoas, algumas até meras desconhecidas, mas que fazem de um dia chuvoso e frio o maior raiar de sol, a melhor letra de música. E no movimento acelerado, no passo de dança que não se perde e que bate bate na calçada, apaixonado, lá me cruzo com estas pessoas, lá elas me olham e me lançam de longe um sorriso que me faz sorrir também, um olá que quase me prende, com aquela vontade de não o deixar escapar. São essas pessoas, que conheço assim ao acaso, pela sorte que este mundo me proporcionou,  nos momentos mais inesperados, que me cantam e me encantam. Fazem da minha vida uma cena cinematográfica, acrescentam bandas sonoras ao meu piscar de olhos, transformam as minhas mãos em ideias magníficas, inspiram a confiança em mim. Há dias, e pessoas.


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