quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dia-a-dia

Uma das coisas que me fazem sentir um carinho especial por esta terra onde tenho passado os últimos (longos) meses da minha vida, é o facto de toda a gente falar com toda a gente. Conheçam-se ou não, sejam amigos ou inimigos, todos têm algo a dizer, seja no meio da rua, no café, no autocarro público... o que for. E o melhor, é que, indirectamente, acabamos sempre por fazer parte de todo esse mundo público. Ouvimos, absorvemos, sorrimos com alguns comentários e podemos até ficar pasmados com outros. Mas hoje, especialmente, ouvi uma senhora dos seus noventa anos a comentar com o motorista que não pertencia a este mundo. No tempo dela, quando alguém adoecia na família, ninguém saia de casa, toda a gente se preocupava. Hoje, já todos compram guerras dentro das próprias famílias, já todos se odeiam e não valorizam o grande amor que se encontra nos mais próximos. E sensibilizou-me. Bastante. Saber que o nosso mundo evolui a cada dia que passa, para pior. Cada um para o seu lado, a seguir os seus interesses e objectivos de vida, ignorando aqueles que sempre os acompanham ao longo do caminho. Mas é gratificante ao mesmo tempo, saber que pessoas como ela são ainda bastante conscientes acerca do que se passa à sua volta, têm opiniões formadas e não sei deixam levar pelas novas gerações. Mulheres de força. Mega like nisso.


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