segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Qual descanso

Eu pensava que estar doente não tinha vantagens. Tirando as guerras que tenho para tomar as carradas de comprimidos e antibióticos, porque eles teimam em não passar a minha garganta, e todas as tonturas que me impedem de sair da cama, ainda consigo aproveitar os momentos de alguma energia para por algumas coisas em ordem. E claro, não descansei enquanto não li o livro que tinha pendente há séculos, e foi assim num instantinho que me perdi nas descrições mirabolantes da Itália que ainda não visitei e com a qual sonho constantemente. Depois, há que aproveitar para tratar de mim, tentar tirar o branco-cal da minha cara mais morta que viva, arranjar o cabelo que, coitado, parece que foi à guerra e escrever. Isso é que me faz esquecer por completo todas as dores e desconfortos. E às vezes gosto de acreditar que o mundo é todo bom, cheio de pessoas boas que não me lançam estas pragas e me estragam as férias. Mas eu não desisto. Qual quê, posso não ter força para nada, não conseguir comer, mas hei-de aproveitar esta minha última semana de férias de uma maneira que há-de fazer inveja a todos. Tenho dito.

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