segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Um ano, num sopro.

Há frases que chegam até nós assim por um mero acaso, mas que acabam por nos pôr a pensar e a reflectir nelas um ano inteiro de uma vida. Foi isso, e o facto de ter olhado para o calendário e constatar que sim, só faltam cinco dias. E vai sair daqui um testamento daqueles, só porque me apetece e porque a imaginação e as histórias já estão a fervilhar há demasiado tempo na minha cabeça.
Podia começar com constatações saudosistas, que existem, de facto, a batalhar cá dentro. Mas isso já é expressar demasiado o meu orgulho. Prefiro, ao invés, reflectir. Acho que foi até o que mais fiz durante todo este ano, melhor do que qualquer outro.

Desde o fim do ano anterior que me meti com reflexões. A começar por todos os desejos que pedi, que escrevinhei num papel, que tive o prazer de rasgar a seguir. Pedi por todas aquelas banalidades que tanta falta nos fazem, e que tanta coragem nos dão quando estão presentes. Ora saúde, amor, muita sorte, alguma garra para enfrentar o ano de estudos que por aí vinha. E a começar, começou tudo mal. Pelos primeiros dias de Janeiro estava internada no hospital, com coisas más que fazem doer muito, mais que a parte física, o coração. O amor. Pois o amor, é outro. Só me deu dores de cabeça e quando queremos mandá-lo embora porque nos magoa tanto, parece que vem em maior quantidade. Depois a sorte, ora outra que nunca a conheci. Nunca. Qualquer força e coragem que tenha tido para ultrapassar todos os problemas de estudante de secundário que tive, não sei onde fui buscá-los, mas não vieram ter comigo como pedi. Em concreto, não devemos nunca achar que as coisas caem assim aos trambolhões ao nosso lado, nos acenam e nos dizem "olha, a partir de agora vai ser tudo mais fácil". Qual quê. É o oposto. Mas quero lá saber dessas tertúlias que só gozam com os fracos. Prefiro relembrar todos os prazerosos momentos que vieram assim, um a um, uns a seguir aos outros. Prefiro esquecer toda a vontade que tive de bater em tanta gente, esquecer todos os dias em que jurei ser capaz de desistir, todas as lágrimas, todas as despedidas. Prefiro olhar para trás e ver todos os sítios lindos que conheci, toda a força que construí em mim para mudar de forma tão radical a minha vida. Prefiro olhar para trás e ver as cidades magníficas que tive o prazer de visitar, todos os livros que li, todos os filmes que me fizeram acreditar. Ou os concertos, as festas, o Verão. As saudades , claro, são inevitáveis. Bem tento voltar atrás e repetir tudo. Mas para quê, se posso seguir em frente e ter mais e melhor?
Aprendi a dar mais valor a certas e determinadas coisas, aprendi a abraçar só por me apetecer estar mais perto, aprendi que nem tudo está lá para nós e que de vez em quando temos que perder, para podermos dar a volta por cima e chegarmos mais longe.
Perseguir o sonho, agarrar a alma e deixá-la voar. When you want something in life, you just gotta reach out and grab it.
E por agora, é só.

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