domingo, 2 de setembro de 2012

Destino, és tu que o fazes

Ainda me lembro da sensação de ter partido pela primeira vez. O meu destino separava-me de casa em centenas de quilómetros, tirava-me a vista da minha janela para me trazer uma outra, muito menos urbana. O meu destino deu-me a conhecer um mundo novo, pessoas novas, situações que não esperava encontrar tão cedo. No meu destino, tive de aprender a viver sozinha, a lidar sozinha com situações menos boas, a chegar a uma casa vazia e a ter o silêncio como companhia diária. Nesse mesmo destino, pedi vezes sem conta para ter uma oportunidade para voltar para casa. E tive-a. Tão perto de ser minha, tão palpável, tão real, mas que passou a ilusão em menos de um piscar de olhos. E hoje, com esse destino aos mesmos quilómetros de sempre, estou a horas de saber se o vou reencontrar em breve ou se vai permanecer eternamente como "o" destino. Aquele onde a vida, por mais dura e cruel, me soube tão bem, me soube a mais viva do que o normal. Foi o melhor ano da minha vida, não tenho dúvidas, e também estou certa de que as saudades vão surgir, incólumes, vindas de um nenhures escondido num canto distante da minha memória. Mas o que é certo é que esta vida, ou destino, foi generosa comigo e abriu-me uma nova porta. Resta saber se sou digna de a atravessar. 



E o coração pula, incansável. Qual dormir de noite. Hoje, vai ser em claro.


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