terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Movimento

Corre. Corre porque se não o fizeres vais acabar por te perder. Corre para chegares mais longe, mas não mais depressa. Corre, mas nunca fujas daquilo que te prende ao chão que pisas. E nessa corrida louca, que não vai ter fim, tu vais perceber que há um propósito para tudo. Mesmo as quedas que dás quando tropeças, te obrigam a levantar. Ou os passos que dás para trás, é para te permitir ir um bocadinho mais além. E vais ficar exausto, com vontade de parar por um minuto, só para respirar. Mas se o fizeres por muito tempo, acabas por te conformar com esse conforto imediato, que não magoa nem cansa. Mas também não chegas a lado nenhum. Não vais a lado nenhum, não exploras nada nem ninguém. Ficas somente ali, a meio do caminho. E já que estamos numa estrada, ao menos que cheguemos ao destino. Extenuados, com sede, e a precisar de descansar. Mas só depois de se chegar à meta é que se pode olhar para trás e começar a abrandar a marcha. Sem parar.

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