quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Diário de Viagem #1

Foi há já algum tempo que meti na cabeça que cada um de nós tem um sítio a que pertence. Mas não é um pertencer barato, limitado. É um pertencer único e incomparável com o que quer que seja. É um pertencer daqueles a que damos a nossa alma, a nossa sede de ser e de estar. Eu, optei por querer pertencer à Grécia. Ouvia lendas e histórias dos heróis que o eram de verdade, perdia-me nos livros de mitologia e simbologias, apontava, carinhosamente, as matérias que ensinavam na escola acerca do assunto, criava sonhos na minha cabeça, cheios de tudo o que sabia. E o sonho foi crescendo, a poesia foi engrandecendo a vontade de o tornar real e eis que chega o dia da realização. É para lá de materialismos, para lá de vontades. São quase manias doentias que me fazem agarrar às coisas de que realmente gosto. E de loucura tanta que até digo que quando morrer quero que as minhas cinzas vão para a Grécia, perto do mar. E não mudo de ideias. Então agora, que tive a oportunidade de trocar as fotografias, quadros e idealizações por imagens reais, momentos únicos e paixões inigualáveis. E para além de tudo o demais, houve qualquer coisa na viagem que fiz que me trouxe alguma paz de espírito e outra tanta de compreensão. Não foi pelas pessoas nem pela idade que se festejou. Foram os dias que passaram, efémeros. Foram os dias que se queriam com mais do que vinte e quatro horas, com mais luas cheias, com mais noites quentes a olhar para o céu estrelado. Foi a vida que fugiu num ápice, mesmo quando a felicidade não se sobrepunha a tudo o resto. E os ensinamentos são os que perduram por mais tempo. Tudo o que se vive tem um ensinamento. Recentemente aprendi também a não olhar para trás. Não há necessidade de perder tempo a tentar remediar o que lá ficou, só mesmo a de sorrir quando vemos que está tudo ultrapassado. Por isso, que seja tudo bem passado. Todos os minutos aproveitados e toda a vida encarada com mais que um sorriso. É só assim. O futuro, pertence-nos a nós. É tudo simples. Muito simples. Nós só estamos cá para complicar.




5 comentários:

  1. Adoro as poucas, mas lindas, fotografias! Quero ver mais :) E também concordo que há sempre algum sítio a onde pertencemos, e o mais fascinante é que o podemos sempre escolher.

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  2. Pois, eu pensei em todas as maneiras, mas hei-de lá chegar, porque é mesmo o que quero :) Tu querias medicina?

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  3. Olha, na faculdade onde me inscrevi dão entrada garantida de Saúde para Dentária, e as propinas de Saúde até nem estão altas... Eu também adorava poder ir para a pública, mas é assim, quando se quer tenta-se tudo :) Beijinhos

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  4. Só se não entrar na pública, quero tudo menos andar a fazer melhorias que podem nem dar frutos... Inscrevi-me na Egas Moniz, na Caparica.

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  5. Gostei das fotozinhas :) sim, cada um tem um local a que pertence. Que não deixa de pensar, em que tudo o maravilha, o fascina, o consome.

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