sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Luta. Procura. Encontra-te.

É numa busca incessante que parto. Sigo todos os caminhos, procuro em todos os cantos, bato em todas as portas. Escolho rumos sinuosos, sem me perder. Escolho pela luz que me vai guiando, para um destino infindável. Oiço a música que me faz ondular, bailo, fecho os olhos e bailo sem parar. Já não sinto os pés coordenados naquela que pensei ser a nossa dança. A música acelera, compasso por compasso, rodopio, embalada nas notas que voam por mim. De onde vem a melodia que me abraça? É única, tão única que me faz querer ouvi-la para sempre. Encontro-me aqui, no meio de um nada repleto de pedaços do mundo que já conheci. É verde, e depois o céu, azul, e frio, o mar. O sol a ir ao encontro do meu corpo, que aquece. Perdura. Sabe a primavera, sabe a flores encruzilhadas nos meus cabelos. Deito-me num leito verde, floral, frio. Sinto com as mãos, o mundo girar à minha volta. O tempo cessou. Só o vento perdura nesta melodia que corre atrás de mim, agora, que corro para o mar. Sinto a água fria, fria. Deixo-me afundar. Desço ao fundo, voando, até sentir o azul mais puro e abro os olhos para ver o céu. Onde foi que me perdi, tão só, que me encontrei, tão tua? Oh mar, leva-me. Deixa-me ficar perdida em ti, se perdida me faz sentir tão achada. E esta cor que me dás, oh céu, tão pura e tão solta. Sinto a liberdade chegar até mim, veio assim tão só ao meu encontro. Eu que te esperava. Aguardei-te num silêncio de uma vida, no meio de esforços recompensados. Mas nunca te tinha saboreado... mas agora sim, agora sei como és, quem és e o que me dizes. Defino-te com palavras que estão presas no fundo do mar, perdidas no meio do verde e espalhadas pelo céu. E eu encontrei-te, ainda assim. Dia após dia lá estava eu a caminhar ao teu encontro. Foi finalmente, que te vi. E abracei-te como me obrigaste a abraçar tudo por onde passei. Como me ensinaste a amar tudo quanto conhecia. Como me fizeste chorar com tudo o que vi, com tudo o que ouvi. Como me fizeste sentir tudo o que passou por mim. E não quero perder-te nunca, a isto sim, sei deixar não um até já, mas um até sempre. A estes sentimentos que se colam a nós, podemos nós bem fazer juras de amor eterno, que nunca nada nos faz perder de nós mesmos. Por isso, a eternidade fica a meio caminho daquilo que somos. Livres.


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